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«NOS CONFINS DO TEMPO»
DE FRANKLIM FERNANDES
«Nos Confins do Tempo» reúne um conjunto de textos sobre vários temas. São memórias, evocações da mocidade, relatos de aventuras, descrições de paisagens, de costumes, de singularidades e de labirintos da vida real que emergem no discurso eloquente e na prosa escorreita de Franklim Fernandes. Os personagens, o velho pedinte, o estudante mandrião, os militares «embriagados e desordeiros», o professor obcecado por vergastas, «distribuindo bordoada», o autarca «vaidoso e presumido», o político dorminhoco, a raposa lá do sítio, aparecem caracterizados através do traço exagerado, próximo da caricatura. Mas o Autor, para lá da capacidade de reter a peripécia ou o caso picaresco, não deixa de revelar um narrador instintivo, que não oculta as emoções, deslumbrado com as tintas que cercam «Arzozelo, Minha Terra»: o «verde do mato e da carqueja pintalgados de amarelo rutilante».
Luís Dantas
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